quarta-feira, 8 de maio de 2013

Interpretação dirigida


Especulações e falácias são colocadas como se portassem veracidade científica, como por exemplo, de que os seres humanos não nascem com gêneros sexuais definidos. Pasmem, até a lei cromossômica do “xx” e “xy”, que redunda em seus respectivos órgãos sexuais e, consequentemente, nas leis biológicas (hormonais), é relativizada.

Matheus Viana

Os maiores equívocos que vemos em ação no mundo são oriundos de interpretações dirigidas. Ou seja, quando algo é interpretado não segundo a mensagem que leva ou por aquilo que é, mas segundo um ideal pré-estabelecido.

Vemos este método em vigência no Brasil. As argumentações que fundamentam as militâncias pelo aborto, pela legalização das drogas, pelo estabelecimento de novos padrões familiares, entre outros, são pautadas por ele. 

Dados são manipulados. Mentiras são publicadas e disseminadas como verdades incontestes. Especulações e falácias são colocadas como se portassem veracidade científica, como por exemplo, de que os seres humanos não nascem com gêneros sexuais definidos. Pasmem, até a lei cromossômica do “xx” e “xy”, que redunda em seus respectivos órgãos sexuais e nas leis biológicas (hormonais), é relativizada pela interpretação, também chamada de hermenêutica, dirigida. O ideal é óbvio: normatizar a conduta homossexual com os seus desdobramentos.

É fato: se um homem, ainda que seja criado como se fosse uma mulher, queira se tornar uma mulher de fato, terá que passar por um processo considerável de mutações corpóreas e hormonais. Dizer que estes aspectos, definidos já no início do desenvolvimento do embrião, não definem gênero sexual beira a insanidade. E isso não tem relação alguma com democracia ou tirania.

A impunidade, por sua vez, não deixa de ser acometida por este, digamos, distúrbio mental. Atos criminosos não são interpretados segundo o crivo jurídico, mas segundo os ideais aos quais os juízes são devotos. O ministro do STF, Ricardo Lewandovski, foi um exemplo icônico no julgamento teatral do mensalão ocorrido em 2012. O intento não era fazer justiça, mas militância política.

Francis Schaeffer atribui esta interpretação dirigida à dialética hegeliana. Hegel é considerado o pai do idealismo e, por conseguinte, o criador da dialética responsável por relativizar absolutos com a sua fórmula: tese x antítese = síntese. No entanto, apesar da grande influência que Hegel e outros pensadores alemães tiveram no pensamento ocidental, a interpretação dirigida tem sua origem em tempos mais remotos.

O conhecido episódio em que a serpente dialoga com Eva é preponderante. A serpente conseguiu enganá-la e convencê-la a desobedecer à ordem que Deus havia dado fazendo uso da interpretação dirigida. “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:4-5).

Eva morreu conforme Deus havia lhe falado (Gênesis 2:17). O que comprovou a mentira do argumento da serpente que estabeleceu a ardilosa regra aqui analisada, pois seu ideal era impedi-la - e consequentemente a todos os seres humanos - de desfrutar da vida que Deus lhe atribuíra. Ela sofreu primeiramente a thanatos (morte espiritual) e depois a nekros (morte física). Sim, ela obteve o conhecimento do bem e do mal, mas pagou um preço alto por isso.

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