Conforme preconiza
Descartes, para que surjam novas verdades, as velhas devem ser destruídas. Eis
a fórmula mágica: para a implantação de um novo padrão familiar formado por
dois pais ou duas mães, que não preenche de forma satisfatória a dualidade
imprescindível para o desenvolvimento de uma criança, é preciso destruir o
vigente.
Matheus
Viana
A
mobilização de milhares de manifestantes contrários à recente legalização do
casamento homossexual na França é a demonstração de que a militância pelo
padrão familiar tradicional não será facilmente vencido, apesar da grande
investida do movimento mundial revolucionário.
Paralelo
à manifestação que ocorreu em Paris, no dia 26, o diretor de cinema
franco-tunisiano Abdellatif Kechiche recebeu
o prêmio Palma de Ouro no festival de
Cannes pelo
seu mais recente filme A vida de Adelle,
longametragem que tem como enredo o amor entre duas jovens lésbicas. Por ser um
país muçulmano, a Tunísia penaliza com a morte os homossexuais. Fato que
fortalece ainda mais o movimento que usa a “luta pelos direitos humanos” como
instrumento de estabelecimento e doutrinação.
O
seriado norte-americano Chicago Fire,
produzido pela Universal Studios,
também trouxe recentemente o tema à tona quando abordou o drama de uma mulher
grávida que abandonou o marido para reatar a relação com uma paramédica do
corpo de bombeiros, uma das protagonistas da trama. Assim que a ex-esposa deu à
luz, o pai entrou na justiça pela guarda integral do filho e foi colocado como
o “vilão” da história.
Isso
mesmo. A família tradicional e a instituição matrimonial chamada casamento são banalizadas
e desfeitas, e o filho não possui o direito de morar com o pai, mas sim com a
mãe e sua companheira. O papel de pai não é apenas rechaçado, mas considerado
inútil nesta espécie de feminismo insano. Conduta vista como indevida pela
psiquiatria. Conforme afirma o psiquiatra Sérgio Nick: “A mãe pode até exercer
as funções maternas e paternas, mas isto não quer dizer que a figura masculina
não seja imprescindível na vida da criança.”. Dizer o contrário, ou que este
papel masculino pode ser substituído por uma mulher que assuma o papel de “pai”
é picaretagem ideológica pura e simples. Não se trata de mera apologia somente,
mas da doutrinação de um ideal comportamental meticulosamente estabelecido há
décadas.
Mobilizações
a favor da prática da homossexualidade são vistos como movimentos pela “igualdade
de gênero” e também pela “liberdade sexual”. Mas sabemos que isto nada mais é
do que a mesma estratégia usada por Joseph Goebbels nos tenebrosos tempos do
nazismo alemão. Por trás do discurso de “liberdade” há a clara imposição de um
padrão comportamental que deve ser aceito sem direito a divergências, algo
comum em um Estado Democrático de Direito.
Sabemos
muito bem que a relativização dos absolutos é o primeiro estágio para a
construção de uma tirania. Usemos como exemplo a mudança política russa em
1917. O movimento revolucionário bolchevique destronou e destruiu o regime
czarista para implantar, em seguida, a ditadura leninista que culminou no bloco
soviético que castigou por décadas os milhares de dissidentes.
Conforme
preconiza Descartes, para que surjam novas verdades, as velhas devem ser
destruídas. O idealismo de Hegel caminha em uma esteira semelhante. Destruindo
os absolutos sociais, cria-se espaço para a criação e o estabelecimento de
novos padrões. Eis a fórmula mágica: para a implantação de um novo padrão
familiar formado por dois pais ou duas mães, que não preenche de forma
satisfatória a dualidade imprescindível para o desenvolvimento de uma criança,
é preciso destruir o vigente. É o que temos visto. É contra este nocivo avanço
que as mobilizações, como a realizada em Paris no último dia 26, se levantam.
Direito social a todos, sim. Extinção das divergências e das liberdades de
opinião e manifestação, não.
Leia também: Interpretação dirigida
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